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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Eternal sunshine of the spotless mind

Estava há dias pensando sobre o que seria minha nova postagem aqui (Sei que não tenho postado muito e também não vou prometer que vou postar direto. Mas, sempre que puder, escreverei. A proposta é, desde o início, escrever aqui como um hobby, e não como um compromisso. Mas, obrigada a todos que dedicam um pouquinho do seu tempo pra ler). Enfim, cogitei os filmes que assisti no ano passado, mas como ainda tenho alguns da listinha pra assistir, deixarei para próxima. Pensei nos livros recentes que li ou em algum seriado, mas, também ficarão pra próxima. Resolvi escrever sobre um dos meus filmes preferidos (do qual eu nunca canso de falar sobre): Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Se você ainda não viu, recomendo que assista, tipo, urgentemente. 

Do ano de 2004, ele mistura ficção científica com romance, é uma obra complexa, mas tem um roteiro incrível e super original. A sinopse mais simples sobre: Ao descobrir que sua ex-namorada se submeteu a um tratamento experimental para apagá-lo de suas lembranças, Joel decide passar pelo mesmo processo. Porém, durante a experiência, ele percebe que não quer esquecê-la.



Quem está acostumado a ver o Jim Carrey como um comediante, vai se surpreender com ele nesse filme. A história causa muitas reflexões, mas a principal, pelo menos pra mim, é sobre a vontade das pessoas esquecerem aquilo que vivenciaram em um relacionamento quando ele acaba, ou quando se magoam. Fico pensando no momento (ou a sucessão de momentos) em que os defeitos ficam tão gritantes a ponto de se sobressaírem das coisas boas.

Imagine a seguinte situação: alguém marcou fortemente a sua vida. A pessoa te magoa, tudo acaba, a mistura de sentimentos toma conta. Você descobre que existe um tratamento que você pode fazer para apagar essa pessoa da sua mente, e então, sua vida voltaria ao normal e seria como se ela nunca tivesse existido. Você se submeteria a esse tratamento?

Quando Joel descobre que a Clementine (♥) apagou todas as memórias dos dois, ele imediatamente quer apagar também. Mas, quando ele está passando pelo tratamento para apagar, ele revive as memórias dentro de sua própria mente em forma de retrospectiva, da última lembrança à primeira, então ele se dá conta de todos os momentos bons que eles viveram, tudo que fez com que os dois se apaixonassem. E aí ele começa a tentar fugir do tratamento, pois ele percebe que não quer esquecê-la. É emocionante, é revoltante, é triste, é lindo, enfim, não tenho palavras suficientes para descrever, é um filme que só assistindo para sentir todas as emoções e refletir sobre tudo que ele passa.



(♥) Clementine, interpretada pela atriz Kate Winslet chama atenção inicialmente pelas diversas cores do seu cabelo, instáveis assim como ela. A primeira cor que aparece no filme é azul, ela têm o cabelo azul quando (re)conhece Joel, significando o recomeço e a harmonia inicial que há entre eles. Mas, ela também tem o cabelo azul quando esquece Joel, aí significando uma certa frieza.  No auge da paixão de ambos, a cor do seu cabelo é vermelho. O laranja é usado quando eles tem uma maior intimidade na relação, quando o namoro começa a complicar e também quando eles terminam. E quando ela usa o verde, (a última cor, mas como é retrospectiva, é quando eles se conhecem) representa a receptividade, e, ao mesmo tempo, esperança que ambos tem de se encontrar novamente. 

Os diálogos são muito marcantes. Principalmente, as falas da Clementine durante o filme.

"Eu sou só uma garota ferrada procurando pela minha paz de espírito."
"Eu estou sempre ansiosa pensando que não estou aproveitando direito a vida"

Enfim, dividi um pouquinho, só um pouquinho mesmo, porque se eu for falar todas as reflexões e sentimentos que "Eternal sunshine of the spotless mind" me causa, levaria horas. Se alguém assistir ou já assistiu e quiser falar sobre comigo, sinta-se completamente à vontade! Teremos assunto por horas! :) 

XX Kauana Amine

sexta-feira, 18 de abril de 2014

A chave de Sarah

Sempre tive forte interesse por ler coisas que aconteceram ou foram inspiradas por algum contexto histórico, principalmente, se tratando da segunda guerra mundial. Com “A chave de Sarah” tive esse interesse assim que li a sinopse.  E garanto que é um dos melhores livros que já li no geral e também um dos melhores que envolve o tema que tanto me fascina. É uma leitura incrível e revoltante ao mesmo tempo, assim como os clássicos do tema, como “O diário de Anne Frank”, “A menina que roubava livros” e “O menino do pijama listrado”.

Mas, falando um pouco mais sobre a história. O livro é intercalado em duas histórias: a de Julia Jarmond e a de Sarah Starzynski. Julia Jarmond é uma jornalista americana (amo ler livros onde a protagonista é uma jornalista, diga-se de passagem, haha) que vive em Paris, é casada e tem uma filha. Julia tem que cobrir o 60º aniversário da grande concentração no Vélodrome d’Hiver (Fato verídico que foi realizado em 16 e 17 de junho de 1942, em Paris, e foi o maior aprisionamento de massa de judeus realizado na França durante a Segunda Guerra Mundial) e aí que acaba revirando o passado e descobrindo a história de Sarah.

Sarah era apenas uma garotinha quando foi realizado esse fato horrível. Judia, teve que deixar sua casa para ser levada à força juntamente com sua família. Mas, Sarah tinha um irmãozinho, o Michael. E ela trancou Michael em um armário, ficando com a chave e prometendo que voltaria buscá-lo. 

Michael
Os anos se passaram e eu ainda tenho a chave.
A chave do nosso esconderijo secreto.
Está vendo? Eu a guardei, dia após dia, tocando-a,
Lembrando-me de você
Jamais me separei dela desde o dia 16 de julho de 1942
Ninguém aqui sabe. Ninguém aqui sabe sobre a chave, sobre você.
Sobre você no armário.
Sobre papai e mamãe.
Sobre o campo.
Sobre o verão de 1942.
Sobre quem eu realmente sou.

É impossível não se apegar à Julia e, principalmente, à Sarah. E impossível também não se revoltar pensando em todo esse episódio triste que marca a história do mundo todo. É importante lembrar sempre para que nunca venha a acontecer algo parecido.

Uma das coisas que mais me fascinou no livro também foi aprender sobre o “Vel d’Hiv”, que até ler eu nunca havia ouvido falar sobre. Quando aprendemos sobre a Segunda Guerra Mundial ouvimos falar muito sobre o que os alemães fizeram, mas lendo e depois pesquisando um pouco mais, podemos ver que os franceses também tiveram sua parcela de culpa, tanto que é um assunto delicado de se falar até os dias de hoje. Foto do memorial de “Vel d’Hiv”:


Quero ressaltar também que tem filme A chave de Sarah. E para os que, assim como eu, vivem com medo de assistir os filmes baseados nas obras que leram por medo de se decepcionar, eu garanto que esse não decepciona. É o filme que mostra uma obra mais próximo do livro que eu já assisti. Coloquei o trailer aqui no post para que possam ver, super recomendo! 


Espero que gostem! 
Feliz Páscoa a todos! :)
XX Kauana Amine

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Amy, Minha Filha.

"Em um emocionante relato, Mitch Winehouse narra a vida da própria filha, a cantora cujo talento conquistou milhões de fãs no mundo todo em pouquíssimo tempo.Desde a infância, Amy Winehouse se destacou por sua personalidade espirituosa, brincalhona e espontânea. De maneira sincera e comovente, Mitch conta como Amy se tornou uma grande estrela sucumbiu ao vicio das drogas e morreu prematuramente aos 27 anos, em 2011."


Vou falar, primeiramente, que eu adorei a experiência de ler uma biografia sobre alguém que eu pude acompanhar um pedaço da carreira, já que a maioria das personalidades fez história e morreu antes de eu nascer.

Eu tinha uma visão totalmente diferente de Amy antes de ler.  Achava ela uma grande voz, uma grande artista, mas nunca tinha parado para pensar como ela era como pessoa, além daquelas notícias de escândalos que a mídia sempre fez questão de expor. Mas, não podemos conhecer alguém só pelo que a mídia mostra, não é mesmo?

Acredito que esse seja um grande erro que cometemos em cima de uma celebridade. Esquecemos que, por trás de toda a fama, são pessoas como nós. Filhos de alguém, irmãos, netos, sobrinhos, enfim.  São pessoas com sentimentos, decepções, amores, lembranças e, sobretudo, são pessoas que cometem erros também. Mas, até que ponto somos dignos de julgar os erros de outra pessoa?

Lendo sobre ela através das palavras de Mitch, seu pai, confesso que senti meu coração apertar muitas vezes. Como se por alguns minutos pudesse sentir sua dor, sua luta diária e sua força. Amy vivia em uma montanha-russa com as dependências químicas (e a dependência amorosa também, diga-se de passagem). E, ao mesmo tempo que deixa o leitor triste por ela não conseguir se livrar desses vícios, deixa o leitor encantado por ela, seu jeito divertido, personalidade e carisma.

A biografia não seria tão emocionante se não fosse escrita pelo seu pai da forma que foi. Escrita com todo o amor que um pai poderia escrever sobre sua filha e, em contrapartida, com toda a dor que poderia sentir ao perdê-la também. Porém, ele lutou por ela até o fim.

Amy deixou sua marca para sempre. E esse livro é um presente para os seus fãs. Mas recomendo a todos, inclusive aqueles que não são fãs, para que possam conhecer melhor a história de uma das melhores vozes que o mundo já teve.

"Amy era uma grande garota, com um coração imenso. Por favor, lembrem-se dela com carinho" - Mitch Winehouse.

Encerro o post com a minha música favorita de Amy, Back to Black:
XX, Kauana Amine

sexta-feira, 28 de março de 2014

Primeira resenha: Os treze porquês.

Polêmico, maravilhoso, surpreendente, perturbador e triste, tudo ao mesmo tempo. Posso definir os Treze Porquês em uma mistura de adjetivos. Só não posso dizer que ele é um livro clichê. Ele é único e causa uma reflexão muito profunda para quem lê. Ele nos faz pensar nos pequenos detalhes do dia-a-dia, no que fazemos e falamos para as pessoas (ou no que deixamos de fazer/falar, que pode machucar tanto quanto). Vamos entrar um pouco mais a fundo.

Sinopse: “Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra na porta de casa um misterioso pacote com seu nome. Dentro, ele descobre várias fitas cassetes. O garoto ouve as gravações e se dá conta de que elas foram feitas por Hannah Baker - uma colega de classe e antiga paquera -, que cometeu suicídio duas semanas atrás. Nas fitas, Hannah explica que existem treze motivos que a levaram à decisão de se matar. Clay é um desses motivos. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.”

A história da Hannah pode ser comparada com aquela velha história da bola de neve. O conjunto de vários problemas, mágoas, medos e receios se acumulam, formando uma bola de neve que derruba ela. Derruba de tal forma que ela não consegue se levantar. E por conta disso, resolve desistir da vida. É perturbador ler os motivos e tentar se colocar no lugar dela.


Essa história causa um choque de realidade, nos relembrando coisas que por vezes são esquecidas: a importância das nossas atitudes com os outros. Hesitamos de falar coisas boas que deveriam ser ditas e falamos coisas desnecessárias de forma agressiva, o que pode atingir a outra pessoa em proporções inimagináveis.

Trecho do livro: “Era exatamente isso que eu queria para mim. Queria que as pessoas confiassem em mim, apesar de qualquer coisa que tivessem ouvido. E, mais do que isso, queria que me conhecessem. Não aquilo que pensavam saber a meu respeito. Mas eu de verdade.”

Suicídio é algo tão forte e ao mesmo tempo tão silencioso que é quase um tabu falar sobre. Quantas vezes ouvimos relatos de pessoas que conviviam com quem cometeu esse ato, mas nunca imaginou que a pessoa sofresse tanto? A questão é que a gente nunca pode saber exatamente o que acontece dentro do outro, muito menos julgar. Por isso é bom sempre procurar pensar antes de falar e julgar alguém. 

Encerro aqui minha primeira resenha, indicando o livro "Os treze porquês". Se alguém se motivar a ler ou já leu, sinta-se livre para se posicionar. Esse livro é um dos mais polêmicos que já li. Enquanto algumas pessoas defendem a Hannah e criam um apego por ela, outras a criticam por ter cometido esse ato. Acho que o autor (Jay Asher) soube trabalhar muito bem com o tema em uma leitura que prende o leitor do início ao fim. E até mesmo depois que acaba permanece a reflexão à cerca da mensagem que ele transmite.

Ótima companhia para o final de semana. Inclusive, bom final de semana a todos! XX Kauana Amine

quarta-feira, 26 de março de 2014

Princípio

Já estava com a pretensão de fazer um blog literário há algum tempo e agora, finalmente, resolvi colocar em prática. Aqui vou postar resenhas de livros que li. Mas, não vou me limitar somente a isso. Postarei tudo aquilo que achar interessante e digno de ser postado. O propósito é falar daquilo que eu acredito que acrescentou para enriquecer a minha mente, e tentar, da minha maneira, contribuir para que enriqueça outras pessoas também (como o nome do blog já propõe), pois acredito que escrever é a melhor maneira de deixar registrado para sempre aquilo que, por algum momento, esteve tão presente em nós. 

Espero que gostem. Em breve, postarei minha primeira resenha.


Ou escreves algo que valha a pena ler, ou fazes algo acerca do qual valha a pena escrever. 
- Benjamin Franklin